Foi um grande jogo, todavia parecia mais um jogo de Libertadores do que de Copa do Mundo, muita pegada, muita raça, muita cera e poucas chances claras de gol das duas seleções comprovam minha afirmativa.
Um Uruguai que começou embalado, dava para sentir até no cantar do hino que os guerreiros celestes dariam a vida naquela que poderia ser a última batalha, a Batalha de Natal. Já os Italianos entraram confiantes, preocupados em cadenciar o jogo ao comando do maestro Andrea Pirlo, que não foi mal, mas também passou longe de uma atuação de gala.
Aqueles que não andavam ligados em Futebol antes da Copa poderiam se perguntar: “Porque Forlán e Lugano estão no banco?” A pergunta é pertinente, já que Forlán foi o craque da última Copa e Lugano é o incontestável capitão celeste. Mas Forlán não é mais o mesmo. Assim como nosso R10 joga mais pelo nome. Quanto a Lugano, apesar de ser um bom zagueiro e grande capitão, uma zaga composta por ele e Godín seria suicídio, a lenta recomposição facilitaria bastante os contra-ataques adversários e, convenhamos, entre os dois a escolha foi sábia, pelo momento extraordinário que vive o zagueiro.
Arriscaria-me até a chama-lo de Santo Godín pelos três últimos milagres (gols) operados pelo zagueiro (gol do título espanhol, gol na Final da Liga dos Campeões e o gol da classificação Uruguaia).
Sobre o jogo, este foi compacto e bem estudado. No primeiro tempo a Itália não se aventurou ao ataque já que jogava pelo empate e um contra-ataque de Suarez e Cavani poderia ser fatal. A Azzurra buscava cadenciar o jogo, e fez isso muito bem, a não preocupação Italiana com o gol se comprova no fato de que a Itália levou perigo apenas uma vez para o goleiro Musleira - em uma cobrança de falta - que é sempre perigosa quando é batida por alguém como Pirlo.
Já o Uruguai chegou uma vez com Lodeiro, Suarez e C. Rodríguez e, Buffon, salvou a Azzurra com duas defesas sendo a do segundo chute (a do rebote) a mais difícil, fora isso, Cáceres chutou de muito longe (62'm) para tentar surpreender o um pouco adiantado goleiro italiano que teve tempo de sobra para se recompor.
Não podia se esperar um jogo diferente de duas escolas que valorizam bastante a defesa, apesar de que só a vitória interessava a celeste, todavia, a última vez que abriram mão de seu estilo de jogo perderam para a Costa Rica, e não poderiam se arriscar, logo de cara, de novo.
Marchisio deu aos Uruguaios um incrível presente, sua expulsão, fez uma falta duríssima na cara do juiz e foi expulso (não entendi o porque da falta, mas acredito que deva ter caído na catimba Uruguaia).
Após cobrança de escanteio Godín subiu sozinho no segundo andar aos 79 min para mandar a bola para as redes. Azzurra eliminada, 1 x 0 para o Uruguai. Suárez poderá ser excluído pelo comitê da Fifa do possível confronto Sul-Americano contra a Colômbia no Maracanã. Mas será um jogo incrível com um Maraca Auri-Celeste, já que o Brasil e seus estádios viraram casa de espetáculos de todo mundo, principalmente de nossos companheiros sul-americanos.
*Por Caio Filipe Rêgo Cavalcanti, estudante de Direito.
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