sábado, 4 de agosto de 2012

INCURÁVEL COADJUVÂNCIA CRÔNICA

Não queria escrever sôbre, mas não me contive.

É de conhecimento geral que os nossos atletas olímpicos têm muitos problemas a serem resolvidos e não é na questão técnica, aliás, alguns até são, mas muitos deles têm problemas psicológicos. Um indiscutível campeão, como Cesar Cielo, por exemplo, não pode chegar numa olimpíada ganhando tudo, gerando expectativa em 200 milhões de pessoas, e dizer que estava cansado ou coisa parecida.

Até entendo a derrota, não o crucifico quanto ao resultado. Ele conquistou um bronze, foi bom para ele e para o Brasil. Todavia, não me venha com desculpas esfarrapadas de que não ganhou por cansaço. Ninguém pode cansar numa competição de alto nível como esta. Lembro-me bem, que outro atleta competiu, na natação duas vezes no mesmo dia, porém, ele ganhou ouro nas duas.

O brasileiro se utiliza de delírios persecutórios como justificativa para o mal incurável da coadjuvância crônica. Impressionante como nos rendemos fácil diante o obstáculo.

Mas mesmo estando careca de saber desse fato não pude reprimir um arquear de sobrancelhas e uma decepção ao ficar sabendo que os sofridos participantes brasileiros nos jogos olímpicos estão cansados. Como pode um judoca ficar cansado por causa de 2 lutas de 5 minutos? (E com descanso?)

Aqui em Natal, vejo gente nas academias de Jiu-Jitsu, fazendo 10 lutas de 10 minutos com intervalo de 1m30s, de uma para outra, e não cansar. Apenas pelo prazer em combater. Mas lá o cara estava cansado.

Sinceramente não consigo entender como um atleta de alto rendimento fica dando ataques histéricos por conta de um limite que deveria alcançar sempre nas competições que disputa. Mente e corpo não trabalham separados. Se alguém tem problema, não pode competir, não pode passar vergonha.

Está certo que o Brasil não investe em esportes como deveria. Mas muitos desses atletas sobrevivem para treinar e competir; muitos deles treinam nos melhores lugares. Quando o resultado não vem, não é por causa da falta de patrocínios, muito pelo contrário, pode ser falta de tudo, menos de condições.

Antes das críticas, sei que existem exceções. Sempre se tem exceções. Mas dos atletas brasileiros que estão em Londres, talvez nem haja exceções. Brasileiro precisa ter gana para vencer. E parece que não há.

A crítica não é em cima do Cielo. Nem o questiono. Questiono outra nadadora (não quero citar nomes) que ficou em último na fase de classificação. É a décima sexta do mundo? É sim. Todavia ela é só mais uma coadjuvante do esporte que pratica.

Há outros esportes, ou melhor, atletas com as mesmas desculpas infindáveis. Perder no basquete quando lhe restam apenas 4 segundos e dois pontos na frente? Foi contra a Rússia. O Leandrinho escorregou na quadra, quando ele deveria fazer a falta. Nunca o vi escorregar - embora não assista muito seu time jogar - mas ele escorregou num jogo importantíssimo. Ainda bem que a derrota não comprometeu.

Penso que o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) deveria criar uma pasta de estudos científicos para cuidar da "cabeça" dos nossos representantes. Talvez conseguissem descobrir ao menos um sinal daquilo que nos leva a apenas competir - que não deixa de ser importante. Entretanto, ganhar sempre foi o alvo. Se não o for, penso eu, melhor ser apenas um amador ou um torcedor de arquibancada.

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