terça-feira, 14 de janeiro de 2014

PEDIATRIA ABANDONADA NO WALFREDO GURGEL

Não é novidade para ninguém que a situação da rede pública hospitalar do Rio Grande do Norte está cada vez pior. A situação é precária. Os hospitais estão superlotados, falta leitos, macas, materiais básicos de higiene, dentre outras coisas. No Walfredo Gurgel, por exemplo, para esconder as deficiências, o governo fechou, recentemente, alguns corredores e criou enfermarias, o que não ajudou muito aos médicos, mas satisfez momentaneamente a mídia.

A reclamação dos profissionais vem aumentando a cada dia, e um dos problemas está na pediatria. Não há médicos suficientes para atender a demanda. Existem, por exemplo, quatro cirurgiões pediátricos que não cobrem escala, quando um deles está de férias o risco de morte para crianças triplica. Sem contar o tempo de descanso que precisam quando saem de um plantão que é de 24 horas.

A administração do hospital WG não enxerga tal situação. E a Secretaria de Saúde parece que está indo na contra mão das necessidades. Após concurso público realizado há poucos anos, foram abertas inscrições para várias especialidades. Entretanto, como não houve vagas para cirurgião pediátrico, estes fizeram para as funções exigidas. Resultado: cirurgiões especializados a cuidarem de crianças, foram deslocados de suas especialidades para atenderem em outros hospitais, 1 foi para São José de Mipibu atuar em clinica geral e outros dois foram destacados, 1 para o Deoclécio Marques Lucena, cirurgia geral e, 1 WG para atuar também como clínico geral.

Somente um desses profissionais chegou ao Walfredo Gurgel, mas para atender na cirurgia geral. Quando ele está atendendo no hospital, a necessidade com relação à pediatria pode ser suprida; todavia, na sua folga o risco de morte aumenta, até porque os cirurgiões pediátricos disponíveis para o WG trabalham no sistema de sobreaviso, além de darem plantões em outros hospitais da cidade.

A reclamação dos médicos que atuam no Walfredo Gurgel aumentam a cada dia, as folgas são muito extensas, sendo que os três dias após o plantão se dá pelo fato do governo não ter condições ou não querer pagar mais plantões aos especialistas. A demanda tem sido grande e os poucos profissionais não conseguem suprir a necessidade.

A Copa do Mundo, período de junho e julho, vem preocupando cada vez mais os profissionais da área da saúde. O governo do Estado terá de contratar mais médicos e/ou também diminuir o tempo de folga dos médicos que já atuam, caso isso não seja feito, além de outras ações pontuais, ninguém irá garantir o atendimento para os turistas, já que não estão garantindo nem mesmo para os nativos.

Para suprir a necessidade atual, a Secretaria de Saúde, junto com a administração do hospital WG precisariam - de imediato - contratarem mais dois médicos cirurgiões pediátricos, revelou uma fonte.

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